O que mudou no Risco Sacado em 2024?

Consultoria Empresarial

No dia 13 de junho de 2023, a Americanas divulgou uma fraude nas suas informações contábeis, marcando uma data significativa para o mercado financeiro.

A falta de transparência e a escassez de detalhes aumentaram a preocupação de muitos investidores e analistas. As inconsistências contábeis, que somam aproximadamente R$ 20 bilhões, trouxeram à tona as operações do Risco Sacado.

Em resposta a essa situação, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) publicou novas regras para este ano. Acompanhe aqui para entender as mudanças implementadas.

O que é o Risco Sacado?

O risco sacado é uma modalidade de operação financeira em que uma empresa ou entidade desconta um título de crédito junto a uma instituição financeira antes do seu vencimento.

Nesse processo, a empresa fornecedora cede o título à instituição financeira, que, por sua vez, antecipa o valor correspondente ao título, descontando uma taxa de juros.

Essencialmente, o risco sacado permite que a empresa obtenha liquidez imediata, transferindo o risco de inadimplência do devedor ao banco ou instituição financeira que realizou a operação.

Essa prática é comum em mercados onde a necessidade de fluxo de caixa imediato é alta e oferece uma solução para gerenciar de forma eficaz os recebíveis e melhorar o capital de giro.

Regra atual

A partir de 2024, novas regras obrigarão as organizações a incorporar nas suas projeções financeiras procedimentos específicos de divulgação das operações de risco sacado.

Estas novas exigências incluem:

  • A apresentação detalhada dos termos e condições das transações realizadas com fornecedores;
  • A exposição ao risco sacado em cada fluxo de caixa do balanço;
  • Detalhamento das operações contratadas, abrangendo prazos de pagamento, efeitos não financeiros e possíveis riscos de liquidez.

É importante destacar que essa exigência se aplica apenas aos relatórios anuais e não aos trimestrais.

Essa medida visa aprimorar a transparência e a prestação de contas das empresas, fornecendo informações relevantes às partes interessadas para uma avaliação precisa do cenário financeiro e dos riscos envolvidos nas operações comerciais.

Essa maior clareza beneficia não apenas os investidores, que terão uma visão mais realista das obrigações financeiras das empresas, mas também fortalece a confiança no mercado, promovendo práticas mais responsáveis e sustentáveis.

Adaptar-se a essas novas exigências será crucial para as empresas que buscam manter a confiança dos seus stakeholders e assegurar uma gestão financeira sólida e transparente.


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